O primeiro de Maio de minha Mãe Não era social, mas de favas e giestas. Uma cadeira de pau, flor dos dedos do Avô — Polimento, esquadria, engrade, olhá-la ao longe — Dava assento a Florália, o meu primeiro amor. Já não se usa poesia descritiva, Mas como hei-de falar da Maromba de Maio Ou, se era macho, do litro de vinho na sua mão? O primeiro de Maio nas Ilhas, morno como uma rosa, Algodoado de cúmulos, lento no mar e rapioqueiro Como Baco em Camões, Límpido de azeviche E, afinal de contas, do ponto de vista proletário, Mais de mãos na algibeira do que Lenine em Zurich. (Porque foi por esta época: eu é que não sabia!) A minha Maromba tinha barriga de palha como as massas E a foice roçadoira da erva das cabras do Ribeiro Que se pegou, esquecida, no banco do martelo de meu Avô Cujas quedas iguais, gravíficas, profundas Muito prego em cunhal deixaram, Muita madeira emalhetaram, Muita estrela atraíram ao bico da foice do Ribeiro Nas noites de luar em que roçava erv